Diariamente entramos em contato com agentes nocivos e que agridem o nosso organismo, tanto de forma endógena através de substâncias produzidas pelas vias metabólicas como de forma exógena pelo contanto com agentes poluentes, oxidantes, raios solares, entre outros. Porém, o acúmulo desses componentes no nosso corpo promove inúmeros malefícios e efeitos indesejados, como por exemplo o envelhecimento precoce e alterações celulares que podem até mesmo desencadear quadros de alergias e outras doenças.
Em virtude disso o nosso metabolismo realiza de forma fisiológica o processo de detoxificação que visa a eliminação dessas substâncias agressoras, modificando sua estrutura para que possam ser excretadas adequadamente. Mas quando o assunto é gerenciamento de peso, é imprescindível ressaltar que na maioria das vezes essas toxinas se acumulam do tecido adiposo prejudicando o processo de emagrecimento, além disso quando as células adiposas são quebradas ocorre a liberação dessas substâncias na circulação, prejudicando de forma expressiva o metabolismo, ou seja, de qualquer maneira esses componentes vão causar algum tipo de alteração negativa.
No nosso organismo temos dois sistemas principais que auxiliam no processo de detoxificação, sendo eles o hepático e o intestinal, mas o sistema renal também apresenta uma contribuição relevante. O sistema hepático se sobressai aos outros em relação ao processo de detoxificação pois ele contém inúmeras enzimas e componentes antioxidantes que promovem a modificação da estrutura dos agentes nocivos para excretá-los. Já o sistema intestinal conta principalmente com a atividade das bactérias que formam a microbiota intestinal, pois elas podem metabolizar essas toxinas e impedir que elas chegam até a circulação sanguínea. O sistema renal junto ao sistema urinário contribui principalmente para que os componentes modificados pelo fígado sejam excretados através da urina.
Visto que todos esses sistemas contribuem de forma significativa para o processo de detoxificação e consequentemente manutenção e perda de peso corporal, é importante que a ingestão de nutrientes seja adequada, assim como a não ingestão de alimentos prejudiciais em excesso, tais como açúcar refinado, sal, alimentos ricos em corantes, adoçantes, aromatizantes, gorduras saturadas e ultraprocessados.
É importante ressaltar ainda que a detoxificação vai auxiliar na melhora da absorção e digestão dos nutrientes, eliminação de toxinas, redução de calorias, reequilibro do balanço hormonal, diminuição de bactérias nocivas na microbiota e melhora das funções do sistema imunológico.
Alguns componentes alimentares também podem auxiliar nesse processo, como é o caso da Cynara cardunculus L. var. altilis (DC), que é extraída da alcachofra e contém em sua composição uma alta quantidade de ácido clorogênico e luteolina-7-glucosídeo, que são agentes com atividade antioxidante, detoxificante e hepatoprotetora, que auxiliam de forma significativa nas funções hepáticas.
Dentre os alimentos de modo geral, a literatura comenta que alguns deles apresentam potencial importante para auxiliar na eliminação de toxinas por melhorarem as vias de metabolização 1 e 2 das fases de detoxificação, sendo eles as brássicas como o rabanete, brócolis, couve-flor, nabo e couve de Bruxelas. Ainda, alguns compostos bioativos como a curcumina, quercetina, flavonoides e os componentes do chá verde também parecem desencadear excelente atividade detoxificante, além de potencial antioxidante e anti-inflamatório.
Referências
Castellino, G., Nikolic, D., Magán-Fernández, A., Malfa, G. A., Chianetta, R., Patti, A. M., ... & Rizzo, M. (2019). Altilix® supplement containing chlorogenic acid and luteolin improved hepatic and cardiometabolic parameters in subjects with metabolic syndrome: A 6 month randomized, double-blind, placebo-controlled study. Nutrients, 11(11), 2580.
HODGES, R. E.; MINICH, D. M. Modulation of metabolic detoxification pathways using foods and food-derived components: a scientific review with clinical application. Journal of nutrition and metabolism, v. 2015, 2015.
ANDRADE JM, et al. Rosmarinus officinalis L.: An update review of its phytochemistry and biological activity. Future Sci OA 2018;4:FSO283.
RAJGOPAL, A., et al (2019). The cytoprotective benefits of a turmeric, quercetin, and rosemary blend through activation of the oxidative stress pathway. Pharmacognosy Magazine, 15(66), 449
Commentaires