A CoQ10 é altamente hidrofóbica, ou seja, não é solúvel em água. Portanto, é extremamente insolúvel em fase aquosa, e é absorvida lenta e incompletamente no intestino delgado, resultando em baixa biodisponibilidade oral em humanos. Assim, devido à sua insolubilidade em água, solubilidade limitada em lipídios, e seu peso molecular relativamente alto peso, a CoQ10 tem uma absorção pobre e lenta com um valor pico de cerca de 6 horas e meia-vida de até 33 horas.
Contudo, isso não impede uma de suas principais ações, que se dá na prevenção e tratamento das doenças neurodegenerativas. Para entender melhor, o estresse oxidativo, disfunção mitocondrial com metabolismo energético prejudicado, aumento do dano oxidativo e inflamação, desempenham um papel em diferentes processos de doenças neurodegenerativas. Como consequência, tratamentos antioxidantes como a coenzima CoQ10, podem ser um forte antioxidante e potencializador de função mitocondrial, assim, pode ser um neuroprotetor promissor para retardar a progressão da doença de Alzheimer, Parkinson e Huntington, bem como outras doenças neurodegenerativas
De fato, pesquisas in vitro mostram que a CoQ10 teve um efeito neuroprotetor, uma vez que foi capaz de estabilizar a membrana mitocondrial quando as células neuronais foram submetidas ao estresse oxidativo. Isso levou à redução da disfunção celular e a morte, que é uma característica das citadas doenças neurodegenerativas. Dentro estudos com modelos animais, os resultados confirmaram seu papel neuroprotetor, pois a CoQ10 não foi apenas capaz de proteger células neuronais do dano oxidativo em um modelo de doença de Parkinson, mas também reduziu a placa β-amilóide em animais de experimentação com doença de Alzheimer.
Além disso, diferentes doenças neurodegenerativas estão associadas a níveis séricos mais baixos de CoQ10, o que indicou uma menor capacidade antioxidante, levando a um maior dano oxidativo e morte. Assim, avaliar os níveis séricos de CoQ10 pode ser útil para prever o desenvolvimento de diferentes doenças neurodegenerativas, como a demência.
Por fim, em humanos ainda não temos tantas pesquisas, mas seus resultados são muito promissores e tendo em vista a sua segurança, pode ser interessante a suplementação para este fim.
Referências Bibliográficas
ARENAS‐JAL, Marta; SUÑÉ‐NEGRE, J. M.; GARCÍA‐MONTOYA, Encarna. Coenzyme Q10 supplementation: efficacy, safety, and formulation challenges. Comprehensive Reviews In Food Science And Food Safety, [S.L.], v. 19, n. 2, p. 574-594, 19 fev. 2020. Wiley. http://dx.doi.org/10.1111/1541-4337.12539.