O Taraxacum officinale Weber comumente conhecido como dente-de-leão pertence à família Asteraceae e pode ser encontrado geralmente na américa do Norte até a zona temperada do Hemisfério Norte e na Índia. O dente-de-leão é uma erva perene, com até 40 cm de altura e folhas em forma de espátula e flores amarelas que florescem o ano todo.
As folhas novas do dente-de-leão são muito utilizadas na forma in natura como verduras, enquanto as folhas secas são usadas na preparação de ingredientes digestivos, chás, cerveja e outras bebidas à base de ervas. As flores do Taraxacum são adicionadas em algumas preparações de vinhos e as raízes torradas podem ser amplamente utilizadas para fazer café. Ressalta-se ainda que o café produzido junto a essas raízes contém ainda mais propriedades do que o chá de dente-de-leão, auxiliando na melhora do sistema digestivo e nervoso.
Em relação à composição química do chá de dente-de-leão, podem ser encontrados os componentes de beta-amirina, taraxasterol e taraxerol, bem como esteróis livres (sitosterina, estigmasterina e fitosterina). Ainda, ele apresenta elementos polissacarídeos (principalmente frutosanos e inulina), quantidades mais baixas de resina, pectina e mucilagem e diversos flavonóides glicosídeos como luteolina 7-glicosídeo e dois luteolina 7-diglucosídeos. Além disso, também estão presentes os nutrientes biotina, calcio, colina, lipídeos, proteínas, glúten, inositol, inulina, ferro, lactupicrina, ácido linolênico, magnésio, niacina, fósforo, zinco, potássio, resina, enxofre, vitaminas A, B1, B2, B5, B6, B9, B12, C e E.
O dente-de-leão tem sido utilizado por muito tempo como uma erva de alto poder diurético, fazendo com que ocorra maior excreção de água e toxinas através da urina. No mundo todo o uso dessa planta abrange diferentes frentes de tratamento, como por exemplo auxílio no tratamento de alterações hepáticas, doenças renais, problemas de pele, azia e dores estomacais.
No que diz respeito aos efeitos digestivos o Taraxacum é amplamente utilizado para estimular a digestão, pois ele contém um componente responsável por proporcionar sabor amargo para a folha que são as lactonas sesquiterpênicas que desempenham essa ação por estimular a síntese e secreção de bile. Quando utilizado junto a outras ervas como São João (Hypericum perforatum), erva-cidreira (Melissa officinalis), erva-doce (Foeniculum vulgare) e erva de calêndula (Calendula officinalis), o dente de leão pode ajudar na redução da dor e consistência das fezes de pacientes com colite crônica, no entanto não existem muitas comprovações científicas quanto a esse fato até o momento.
Por conta da sua vasta quantidade de componentes bioativos o chá de dente-de-leão pode contribuir para modulação de respostas inflamatórias, redução da glicemia por estímulo da secreção de insulina nas células beta pancreáticas e redução na atividade da enzima alfa-amilase (participa na digestão de carboidratos), melhorar a imunidade por estímulo do fator de necrose tumoral, diminuir componentes oxidativos por estimular maior atividade da enzima redutase do NADPH-citocromo P-450 e promover benefícios para a saúde intestinal pela presença de inulina. No entanto, algumas pessoas devem evitar o consumo dessa erva e dentre elas estão incluídas as gestantes e pacientes com obstrução de ductos biliares ou intestinal.
Referências
Clare BA, Conroy RS, Spelman K. The diuretic effect in human subjects of an extract of Taraxacum officinale folium over a single day. J Altern Complement Med. 2009 Aug;15(8):929-34. doi: 10.1089/acm.2008.0152. PMID: 19678785; PMCID: PMC3155102.
Schütz K, Carle R, Schieber A. Taraxacum--a review on its phytochemical and pharmacological profile. J Ethnopharmacol. 2006 Oct 11;107(3):313-23. doi: 10.1016/j.jep.2006.07.021. Epub 2006 Jul 22. PMID: 16950583.
Rasool, S., & Sharma, B. (2014). Taraxacum officinale: a high value less known medicinal plant. Ann Plant Sci, 3(12), 908-915.
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