Quando pensamos em detoxificação, o primeiro órgão que nos vem à mente é o fígado, e isso ocorre porque ele realmente é considerado o principal responsável por esse processo. O tecido hepático é composto por dezenas de enzimas que atuam juntamente para que os elementos tóxicos presentes no nosso organismo sejam metabolizados e excretados, não promovendo danos.
A detoxificação hepática ocorre através de 3 fases, na qual a primeira delas acontece o contato da toxina com as enzimas da família CYP (enzimas do complexo citocromo P450), elas estão localizadas no fígado e promovem alteração na estrutura das moléculas tóxicas, fazendo com que elas sejam modificadas de forma que outras enzimas possam atuar e dar continuidade ao processo, sendo essa fase também chamada de fase de biotransformação. Nesse sentido, é importante que o paciente consuma em quantidades adequadas os nutrientes ferro, cobre, zinco e vitamina B12, pois eles são fundamentais para a síntese e funcionamento do complexo citocromo P450.
Os metabólitos da fase 1 vão se tornar substrato para as reações de conjugação da fase 2, onde as enzimas GSTs (glutationas) vão modificar a estrutura e conjugar esses elementos em moléculas mais solúveis e menos tóxicas a princípio, visando maior facilidade no transporte delas para excreção. No entanto, evidências científicas têm demonstrado que muitas vezes mesmo após o processo de conjugação esses elementos ainda são considerados potencialmente tóxicos e podem desencadear efeitos maléficos ao organismo.
Apesar de existirem muitas enzimas que desencadeiam funções hepáticas, as principais que atuam no processo de detoxificação hepático são as enzimas CYP450s e FMO nas chamadas reações metabólicas de fase 1 e as glutationa transferases, glucuronosiltransferases e sulfotransferases nas reações de fase II.
De modo geral, as enzimas CYP450 formam o maior grupo de enzimas do nosso metabolismo, contendo cerca de 57 isoformas humanas conhecidas. Elas são versáteis e podem catalisar a oxidação de uma ampla gama de substratos, tais como drogas, toxinas, produtos químicos e substratos endógenos. A reação básica da CYP450 é uma reação de monoxigenação na qual o substrato é oxidado pela incorporação de um átomo de oxigênio para gerar o produto e a maioria dessas enzimas funciona em conjunto com outra proteína chamada NADPH oxidoredutase, que é muito importante para a atividade da CYP450 porque elas se ligam aos substratos diretamente, mas não ao NADPH.
A última etapa do processo de detoxificação se dá na fase 3, onde irá ocorrer o transporte e excreção dessas substâncias, que poderá ser realizado através da expiração, suor, urina, fezes ou secreção biliar. Além disso, apesar desse processo metabólico possuir muitas etapas e fatores relacionados, alguns componentes podem auxiliá-lo, como por exemplo elementos naturais extraídos de uma subespécie de alcachofra (Cynara cardunculus L. var. altilis (DC), ela contém alta quantidade de ácido clorogênico e luteolina-7-glucosídeo, que são excelentes compostos bioativos que auxiliam no processo de detoxificação. Ainda, ela apresenta propriedades antioxidantes, anti-inflamatórias, detoxificantes, hepatoprotetora, colerética e anticolestática, podendo ser consumida através do ativo Altilix™ na dosagem entre 100 e 200mg/dia.
Referências
APTE U., KRISHNAMURTHY P. (2011) Detoxification Functions of the Liver. In: Monga S. (eds) Molecular Pathology of Liver Diseases. Molecular Pathology Library, vol 5. Springer, Boston, MA. https://doi.org/10.1007/978-1-4419-7107-4_11
PARKINSON A, OGILVIE BW. Biotransformation of Xenobiotics. In: Klaassen CD, editor. Casarett and Doull’s toxicology: the basic science of poisons. 7th ed. New York: McGraw-Hill; 2008. p. 161–304.
FALLEH, H.; et al. (2008). Phenolic composition of Cynara cardunculus L. organs, and their biological activities. Comptes Rendus Biologies, 331(5), 372–379. doi:10.1016/j.crvi.2008.02.008