O gengibre (Zingiber officinale Roscoe.) é um membro da família vegetal Zingiberaceae, nativa do Leste e sul da Ásia, composta por 1300 espécies, das quais 80-90 delas são Zingiber. O gengibre tem uma longa história de ser usado como medicamento e erva desde os tempos antigos e atualmente ele ainda é muito utilizado com essas finalidades em vários lugares do mundo.
Esse componente contém inúmeros elementos bioativos e vitaminas, além de uma gama de minerais em sua composição tais como cálcio, magnésio, ferro manganês, fosforo, potássio, zinco e sódio. Devido a isso, sua aplicabilidade na medicina é muito considerada pois ele pode auxiliar no tratamento de infecções bacterianas, cólica intestinal, dispepsia atônica (desconforto e sintomas de má digestão), dores de cabeça, náuseas, resfriados, artrite, reumatismo, desconforto muscular, inflamação, distúrbios gastrointestinais, depressão, hipertensão arterial, diabetes mellitus, úlcera gástrica, obesidade, osteoartrite, colesterol alto e febre alta.
Os principais componentes bioativos do gengibre são 6-gingerol, 6-shogaol, 8-gingerol, e 10-gingerol e esses constituintes apresentam excelente atividade antioxidante. O 6-gingerol foi relatado como o composto bioativo mais abundante no gengibre e apresenta inúmeros efeitos farmacológicos, tais como propriedades antioxidantes, analgésicas, anti-inflamatórias e antipiréticas. Além disso, o extrato de gengibre pode auxiliar na diminuição das alterações provocadas por estresse oxidativo por conta do seu potencial antioxidante.
A literatura comenta também que os compostos fenólicos e antocianinas presentes no gengibre, incluindo gingerols e sugevals, demonstram muitos efeitos neuroprotetores, como efeitos analgésicos, melhora da memória e aprendizado causado pelo processo de envelhecimento.
Visto que essa raiz apresenta inúmeras frentes de ação quando se fala em saúde, para fins culinários suas propriedades podem ser consumidas através da sua utilização em quaisquer tipos de alimentos doces como bebidas, pudins, tortas, bolos, pães, doces, e salgados como sopas, molhos, ensopados, salgados, grelhados e assados. Nesse sentido, a literatura comenta que o gengibre apresenta também componentes hipoglicemiantes e que mesmo após o aquecimento desse componentes suas propriedades são preservadas e continuam desempenhando suas funções normalmente, ou seja, independente da maneira que ele for consumido suas propriedades vão estar presentes.
Quando se pensa em saúde feminina, muitas mulheres apresentam cólicas frequentes e dismenorreia durante a menstruação e de acordo com a literatura o chá de gengibre é um excelente aliado para combater esses sintomas. Ainda, muitas gestantes que passam por uma fase de enjoos frequentes durante os 3 primeiros meses gestacionais, não possuem muitos recursos para combater esses sintomas, pois a maioria dos medicamentos para enjoo não podem ser utilizados por mulheres grávidas para não afetar o bebê. Desta forma, o chá de gengibre também tem se mostrado eficiente para reduzir os enjoos dessas mulheres e não promove efeitos maléficos para o desenvolvimento do bebê.
A literatura comenta que o gengibre pode auxiliar na redução do peso corporal sem promover efeitos deletérios para o metabolismo, pois ele atua na termogênese aumentando o gasto energético do corpo. Além disso, durante o processo de emagrecimento o metabolismo libera alta quantidade de radicais livres e componentes oxidantes e na maioria das vezes são utilizados antioxidantes sintéticos para auxiliar e que podem desencadear um efeito toxico para o corpo. No entanto, os estudos ressaltam que o potencial antioxidante do gengibre pode atuar de forma mais eficiente nesse processo, estimulando a atividade de enzimas antioxidantes e sendo mais seguro para utilização em humanos quando comparado aos sintéticos.
Referências
Shahrajabian, M. H., Sun, W., & Cheng, Q. (2019). Clinical aspects and health benefits of ginger (Zingiber officinale) in both traditional Chinese medicine and modern industry. Acta agriculturae scandinavica, section b—Soil & Plant Science, 69(6), 546-556.
Tohma, H., Gülçin, İ., Bursal, E., Gören, A. C., Alwasel, S. H., & Köksal, E. (2017). Antioxidant activity and phenolic compounds of ginger (Zingiber officinale Rosc.) determined by HPLC-MS/MS. Journal of food measurement and characterization, 11(2), 556-566.
Arablou, T., & Aryaeian, N. (2018). The effect of ginger (Zingiber officinale) as an ancient medicinal plant on improving blood lipids. Journal of Herbal Medicine, 12, 11-15.
Nishidono, Y., Saifudin, A., Nishizawa, M., Fujita, T., Nakamoto, M., & Tanaka, K. (2018). Identification of the chemical constituents in ginger (Zingiber officinale) responsible for thermogenesis. Natural Product Communications, 13(7), 1934578X1801300722.
コメント