GMO é a sigla em inglês para genetically modified organism (também conhecidos como transgênicos), segundo o NON GMO PROJECT – organização sem fins lucrativos dedicada a aumentar e proteger os alimentos não geneticamente modificados – GMO podem ser, plantas, animais, microrganismos ou qualquer outro organismo cuja genética foi modificada em um laboratório por meio de engenharia genética ou por tecnologia transgênica. Essa ação cria combinações genéticas que não ocorrem na natureza ou por meio de métodos tradicionais (caso da seleção artificial e cruzamento).
Muito se discute sobre os alimentos geneticamente modificados, visto que não há estudos que relatam segurança no consumo a longo prazo.
Essas preocupações foram observadas no estudo de COSTA, T. et al (2011), neste, os autores concluem que os GMOs podem apresentar potenciais riscos à longo prazo e indicam a necessidade de mais estudos. Além disso, os mesmos reforçam a necessidade de os rótulos dos alimentos trazerem a informação de que se trata de produtos compostos por ingredientes transgênicos, visto que é direito do consumidor saber o que está comprando.
RIBEIRO, I. e MARIN, V (2012), chegaram a mesma conclusão após revisarem 42 trabalhos com produtos brasileiros. Neste, os autores indicam que há muitas incertezas com relação à segurança e a sustentabilidade dos alimentos geneticamente modificados e ressaltam a importância de uma política nacional de biossegurança que fiscalize os GMOs, visto que é dever do estado resguardar a segurança alimentar – fator fundamental para o desenvolvimento da sociedade – e agir em defesa da saúde de sua população.
Para explicar melhor o assunto FAGAN, J., ANTONIOU, M. e ROBINSON, C escreveram o livro “GMO Myths and Thruths”, este, tem como função desmitificar os mitos e mostrar a verdade sobre à segurança e eficácia dos organismos e alimentos geneticamente modificados.
O livro perpassa por diversas polêmicas com relação aos GMOs, como: “Os GMOs são a solução para o problema das pestes” e “Os GMOs são essenciais para alimentar a população mundial”. Ao concluírem o livro, os autores ressaltam que todas as novidades na agricultura são bem vindas, contanto que contribuam para um modelo mais sustentável, seguro e justo. Entretanto, esses benefícios não foram observados nos alimentos geneticamente modificado que, além de não auxiliarem no combate dos maiores desafios da nossa época - mudança climática, crise energética e fome mundial - não apresentaram uma base fidedigna de segurança como os alimentos não transgênicos.
Mas como reconhecer produtos GMO free? Há uma alta demanda por produtos não transgênicos, para reconhecê-los, procure o selo IBD NÃO OGM (nacional) ou o selo NON GMO (internacional), estes esclarecem ao consumidor que o produto não contém ingredientes geneticamente modificados. Além disso, vale reforçar que a presença desses selos enaltece o direito à informação, previstos no Código de Defesa do Consumidor e na Constituição Federal.
Referências:
COSTA, T. et al. Avaliação de risco dos organismos geneticamente modificados. Ciênc. saúde coletiva. Jan. 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/mGrnZZKYGnC9zpzfKXwFpLd/?lang=pt. Acesso em: 26 fev. 2022.
RIBEIRO, I.; MARIN, V. A falta de informação sobre os Organismos Geneticamente Modificados no Brasil. Ciênc. saúde coletiva. Fev. 2012. Disponível em: https://www.scielo.br/j/csc/a/qpkFWzFJf7Jd7vh9DRv7QJR/abstract/?lang=pt. Acesso em: 26 fev. 2022.
FAGAN, John; ANTONIOU, Michael; ROBINSON, Claire. GMO Myths and Truths. 2. ed. [S. l.: s. n.], 2014. Disponível em: https://livingnongmo.org/wp-content/uploads/2014/11/GMO-Myths-and-Truths-edition2.pdf. Acesso em: 26 fev. 2022.