Como era de se esperar, há inúmeras formas farmacêuticas no mercado, cada uma mais indicada para determinado cenário e/ou paciente. O sachê – recipiente de material flexível formado por duas lâminas seladas contendo o medicamento.– é uma forma farmacêutica indicada para pacientes que apresentam problemas de deglutição (dificuldade em transferir efetivamente alimentos ou líquidos da boca para o estômago) ou quando a dosagem dos ativos ultrapassa a capacidade de várias cápsulas, tornando inviável a fabricação.
Esta forma farmacêutica consiste na acomodação da substância sólida em pó, que poderá ser utilizado para uso interno ou externo. Quando para uso interno, é misturado com água ou outro líquido, podendo apresentar efeitos sistêmicos ou locais, por se tratar de uma administração via oral sem o invólucro, espera-se que o pó apresente uma maior velocidade de dissolução e absorção ao entrar em contato com o suco gástrico.
Segundo a Anvisa, os medicamentos em formato de pó, armazenados nos saches (ou envelopes), podem ter diferentes aplicabilidades, dentre elas, podemos destacar:
Pó para Solução para Infusão: Pó estéril destinado à reconstituição para formar uma solução para uso por infusão. Essa solução é normalmente isotônica como o sangue e utilizada principalmente para administração em grande volume.
Pó Efervescente: Pó contendo, em adição ao(s) ingrediente(s) ativo(s), substâncias ácidas e carbonatos ou bicarbonatos, os quais liberam dióxido de carbono quando o pó é dissolvido em água. É destinado a ser dissolvido ou disperso em água antes da administração.
Pó para Colutório: Pó que deve ser dissolvido em água antes do uso para o preparo do colutório, que é um líquido destinado ao enxágue bucal com ação sobre as gengivas e as mucosas da boca e da garganta. Não deve ser deglutido.
Pó para Solução: Pó destinado a ser reconstituído para formar uma solução.
Por fim, vale destacar que o sachê é uma forma farmacêutica totalmente vedada - característica extremamente importante para a preservação das substâncias manipuladas - impedindo a oxidação e degradação promovidas pelo oxigênio e umidade e, por conseqüência, aumentando o shelf life (validade/tempo de prateleira) do produto. Ademais, ressalta-se a praticidade da configuração utilizada, podendo ser transportada e consumida em qualquer local.
Contudo, um possível ponto negativo desta forma de apresentação é o sabor, dado que nem todas as substâncias apresentam sabor agradável e, por conta disso, é de suma importância conversar com o farmacêutico responsável pela formulação, visto que o mesmo poderá introduzir substâncias que tornem o produto mais atraente.
Referências:
ALLEN, L.; POPOVICH, N.; ANSEL, H. Formas Farmacêuticas e Sistemas de Liberação de Fármacos. 9. ed.Artmed, 2013.
PALUDETTI, L. Facilitando a Manipulação de Sachês em Farmácias. In: IDEAL EQUIPAMENTOS. E-BOOK.1 jul. 2018. Disponível em: http://idealequipamentos.com.br/wp-content/uploads/2018/07/E-Book-Saches-Ideal-v1-0-0.pdf. Acesso em: 18 fev. 2022
CASAGRANDE, J. AVALIAÇÃO FÍSICO-QUÍMICA DE SACHÊS EFERVESCENTES MAGISTRAIS. p. 1-11, 1 jun. 2017. Disponível em: http://www.cic.fio.edu.br/anaisCIC/anais2017/pdf/07_08.pdf. Acesso em: 18 fev. 2022.
ANVISA. VOCABULÁRIO CONTROLADO DE FORMAS FARMACÊUTICAS, VIAS DE ADMINISTRAÇÃO E EMBALAGENS DE MEDICAMENTOS. n. 1, p. 1-58.2011. Disponível em: https://www.gov.br/anvisa/pt-br/centraisdeconteudo/publicacoes/medicamentos/publicacoes-sobre-medicamentos/vocabulario-controlado.pdf. Acesso em: 18 fev. 2022.
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